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sob o olhar da eternidade

.
tentar um azul
escoltado por infernais

arriscar uma rota
até as estrelas

quem sabe escapar
à voragem do tempo

e salvar-se da sina
do que é o pó:

ser um assunto
para os desertos

sob o olhar
da eternidade

Comentários

"ser um assunto
para os desertos
sob o olhar
da eternidade"

Eis uma grande sacada. Essa coisa toda me faz pensar na sucessão do tempo, a própria renovação através de gerações e gerações. Somos o pó e a ele tornaremos para continuarmos nem que seja sob a condição de poeira pelos móveis de vida. Esse sentimento Lavoisieriano não vem à toa não, mas fico pensando nessa nossa grandeza relativa, pois, em uma noção de cosmo, de sentidos macros e tudo o mais, ainda reflito no fato de sermos o grão dessas imensas dunas que se movem a cada dia.

Esse poema é excelente, meu caro! Bravo!

Abração!
Leila Andrade disse…
Tentar azuis é a necessária busca diária de provocar o olhar atento da eternidade, um simples gesto de captar ou mesmo olhar divinamente para o céu.
Lindo tempo aqui.
Bjo
Quem sabe, saber transformar-se até mesmo em pó, azul e cintilante, eterno em sua aparente efemeridade...

Beijos alados, querido!
Lapa disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
dade amorim disse…
Héber querido, dá uma alegria incrível ler um poema como esse - e tantos outros - que você faz. E perceber que escapar à voragem do tempo seria mesmo um destino digno de que vê o mundo desse jeito: Tentando um azul.
Beijo beijo.
Vera Basile disse…
Lindo poema Héber!!!! Adorei!
Gostei tb da imagem q o acompanha, boa escolha!!
bjs
Lunna Guedes disse…
Caríssimo, seu versar me deixou sem palavras. Me permitiu um silencio momentâneo entre uma respirar mais atento e profundo. Depois um sorriso que diz"estou plena das sensações nesse momento".
Grazie per te.

Ps. Espero que me dê novamente a honra de tê-lo participando do Blog Coletânea Artesanal.
Bacio
yuri assis disse…
somos tão frágeis, mas tão eternos.
(alguns tentam a eternidade, outros se contentam com a superfície do que morre em si mesmo)
abraços!
Jacinta Dantas disse…
Gostei do teu poema. Na verdade, é muito bom navegar por esse mar e encontrar um porto cheinho de emoções como esse. Parabéns.

Jacinta Dantas
Aproveito para reler algumas coisas tuas, entre elas, este poema... e te pergunto: permitirias que eu o publicasse lá no meu blog, numa das próximas postagens?... Seria um prazer, penso também em colocar algo da Val e da Adelaide, vamos conversar. Abraços alados.

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