Chega-me uma notícia de La Paz. O velho general morreu enquanto cochilava na varanda. A aba do seu chapéu ainda guardava os olhos quando o encontraram e o canto dos pássaros ocorria ao seu ouvido de longe cada vez mais longe.
O literal e o simbólico. Aquilo que vemos, aquilo que ouvimos, o que falamos, o que fazemos, nada permanece igual a si mesmo diante da testemunha. Como os seus sapatos espalhados pela casa. Eu poderia achar uma bagunça mas agradeço
Tudo passa, é abril e o campo maduro tem outras cores e brilho - não mais o verde voraz, acabou a estação das chuvas. Cada gleba agora dá seu fruto e em algumas delas, vermelho, ocre e fumo, a própria terra nua. Descanso o meu olhar no mosaico. Logo a minha lavoura também será colhida.
Abro um livro seu enquanto espero. Não sei o que são As palavras sublinhadas a esmo. Sinto ser um mistério O que para ela não é. As páginas passam Como os dias passam, A marcá-los sempre o mesmo desejo.
No cenário, interessa-me a cena. Tudo nele que for recorrente comum e verdadeiro não aumenta o meu conhecimento. Quando descubro as coisas é porque tornaram-se imaginárias como a figura que eu destaco do fundo ou se me lanço num fundo sem fundo.