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Mostrando postagens de setembro, 2019

A jóia do tempo

Sugiro usar um cronômetro para não ser confundido pela vertigem das horas. Recomendo uma medida para cada ocasião. Ela pode ser repetida à vontade ao longo do dia. 10 minutos para quem está começando a praticar uma técnica de meditação. 30 minutos para quem faz uma busca rápida por meia dúzia de referências bibliográficas. 50 minutos caso esteja escrevendo um livro maçante ou lubrificando uma monografia emperrada. Um poema pede muito mais tempo, eu diria, outras vezes, menos um pouco - um poema é o seu próprio cronômetro.

Condenado a ser criativo

Até quando interpreta ou traduz, o ser humano está condenado a ser criativo. É inevitável que responda mesmo quando tenta imitar ou demonstrar empatia. O leitor/ouvinte, que a princípio parece tão dócil, quando não replica em voz alta, responde em silêncio por meio da imaginação e da memória, preenchendo lacunas, resolvendo ambiguidades e desbaratando contradições de acordo com seu repertório cultural. É esse leitor/ouvinte responsivo que todo autor/falante convoca enquanto escreve/fala, e não o seu próprio eco; é assim que a autoria o salva do tédio.