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As palavras e as coisas

A pandemia vai abolindo o sim e o não, mesmo sob o protesto generalizado das pessoas - preferimos o erro à incerteza, contanto que possamos manter a pose.

De foice em punho, a mais severa pedagoga observa o doloroso aprendizado, aproximando-se às vezes um pouco mais de um sujeito ou de outro, a quem examina com minúcia.

Ontem ainda, alguns destes se entusiasmaram com uma notícia alvissareira: a manchete anunciava que raramente os indivíduos assintomáticos transmitem o vírus.

Hoje, um punhado de autoridades correu para esclarecer a sutil diferença entre pré-sintomáticos e assintomáticos enquanto a foice descia lentamente em direção ao pescoço de alguns alunos impacientes e cheios de razão.

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