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O pícaro alegre



"Não existem palavras sem dono [...] Quem fala e em que circunstâncias fala - eis o que determina o sentido real da palavra. Todo significado direto e toda expressão direta são falsos e particularmente patéticos.

[...] às linguagens de todos os detentores do poder e dos estabelecidos na vida contrapõe-se  a linguagem do pícaro alegre, que reproduz parodicamente qualquer patético onde é necessário, mas que o neutraliza, que o afasta dos lábios pelo sorriso e pelo embuste. Ao zombar da mentira, ele a transforma num embuste alegre. A mentira é iluminada pela consciência irônica e parodia a si mesmo pela boca do pícaro alegre".

Bakhtin em "Teoria do Romance"

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