Não faz calor,
nem faz frio.
O mundo procede
com um pouco mais de doçura.
Os meio tons que sumiram
estão de volta agora
sob um lascivo sol coado.
Não há na paleta
tanto brilho,
mas quantas cores!
1 Lampeja a minha noite Um anjo a piscar o olho insone Vem chamar-me à janela Com doce falar de sonhos Toma-me a mão e me leva Muros não podem detê-lo Faz-me um andarilho da lua Ser como a luz da estrela 2 Já vem chegando a manhã Logo a cidade desperta "A noite é uma doce maçã" O anjo convida a mordê-la Sinto a manhã derradeira Insisto com ele por que O estranho me diz é apenas A tua natureza humana .
. Escorregar o ânimo num cago de chuva. Sentir desejo de planta por travesseiros. Celebrar a paz das vassouras com as teias. Vegetar as idéias no pó assentado. Esquecer do amarelo gritando lá fora. Embalar um mofo com pão dormido. Deixar para o limo o amansar as facas. Querer, só nesta manhã, o desmantelo do tempo. * Releitura do poema publicado na revista Germina .
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