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Cinco haicais


trânsito travado
posso ver a paisagem
obrigado

~

ando meio desligado
estou quase me tornando
amigo de um rato

~

as meninas longe de casa:
meu cachorro não come
eu não paro de ler

~

paciente e convicto
o mar espera discursar,
o sinuoso rio

~

casa vazia
um livro descansa no colo
o cão cochila


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a paz

. há um tempo sem nenhuma submissão nalgum lugar entre o desejo e a lembrança onde o ser ou não ser não se cogita e o que anima pode em casa descansar

Natureza humana

1 Lampeja a minha noite Um anjo a piscar o olho insone Vem chamar-me à janela Com doce falar de sonhos Toma-me a mão e me leva Muros não podem detê-lo Faz-me um andarilho da lua Ser como a luz da estrela 2 Já vem chegando a manhã Logo a cidade desperta "A noite é uma doce maçã" O anjo convida a mordê-la Sinto a manhã derradeira Insisto com ele por que O estranho me diz é apenas A tua natureza humana .

Oito coisas para fazer com preguiça

. Escorregar o ânimo num cago de chuva. Sentir desejo de planta por travesseiros. Celebrar a paz das vassouras com as teias. Vegetar as idéias no pó assentado. Esquecer do amarelo gritando lá fora. Embalar um mofo com pão dormido. Deixar para o limo o amansar as facas. Querer, só nesta manhã, o desmantelo do tempo. * Releitura do poema publicado na revista Germina .