O sol já estava se pondo. Iuri atravessou o jardim, caminhando lentamente em direção à rua. Seu cão pastor acompanhava-o quieto.
Talvez o companheiro tivesse adoecido, talvez ambos estivessem tristes somente. Esse dia parecia com o fim do mundo - não por uma catástrofe, mas como uma vela que se extinguisse aos poucos: logo não haveria mais sombras, tudo se apagaria.
Adiante deles, entre os telhados, viam crescer a mata que separava a vila das extensas plantações do vale lá embaixo. Em sua orla, os eucaliptos mostravam-se ainda mais altivos contra o azul derrotado.
Os dois continuavam andando para dentro da noite. Não lhes interessava mais o dia. Uma velha lâmpada incandescente havia se acendido no limite da brenha escura. Embora frágil e vacilante, estava pronta para a longa vigília.
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