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Mostrando postagens de abril, 2019

Fatos

A maioria das pessoas torna-se pessimista quando as coisas parecem estar indo mal, ou otimista quando as coisas parecem estar indo bem. Eu não vejo razão para tanto. Raramente o que parece estar indo bem acaba tão bem quanto gostaríamos, ou o que parece estar indo mal acaba tão mal quanto temíamos. Prefiro me ater aos fatos: a vida é um fato; a morte é um fato.

a partida

é o teu último dia, você recebe sem rancor a lágrima de quem nunca havia te dado um sorriso. pela janela, você procura a estrada cujas curvas são todas velhas e queridas amigas - elas te contam mais uma vez com gentileza os seus segredos. no horizonte, a montanha finalmente volve-se para você, e nos olhos dela você deixa então que se percam para sempre os teus.

A beleza é um diálogo

"O que chamamos de beleza não é simplesmente uma coisa ou outra. Ela não é completamente intencional, nem inteiramente aleatória, ou um mero atributo, ou somente um sentimento. A beleza é um diálogo entre o observador e o observado. Ela é a resposta do mundo à audácia de uma flor. É o modo como uma abelha pousa nos lábios de uma margarida que boceja; é o cuidado com que um satin-azul escolhe um botão de hibisco para decorar o seu ninho; é o ímpeto para recriar nenúfares com tinta óleo sobre tela; é o desejo de colocar rosas sobre um túmulo." ~ What we call beauty is not simply one thing or another, neither wholly purposeful nor entirely random, neither merely a property nor a feeling. Beauty is a dialogue between perceiver and perceived. Beauty is the world’s answer to the audacity of a flower. It is the way a bee spills across the lip of a yawning buttercup; it is the care with which a satin bowerbird selects a hibiscus bloom; it is the impulse to recreate water lilies

Sonhos

Meu pai faleceu há quase três anos, mas só recentemente desapareceu de vez deste mundo. Não lembro até quando, não faz muito tempo, ele ainda conversava comigo enquanto eu dormia - o sonho é lugar onde as pessoas realmente vivem. Essa noite estive preso em um pesadelo, tentando me salvar de algo medonho, por não ter uma forma - faltava-lhe o nome. Só me senti um pouco mais tranquilo depois que Maya pariu corajosamente dois belos filhotes. O último deles me deixou intrigado, com o pêlo todo branco e uma única marca em forma de lágrima no canto do olho esquerdo. Uma palavra me distraía, não soava bem naquele verso, e isso ainda me aflige um pouco. As traças estavam terminando os poemas que o meu pai escrevia e nunca foram publicados. Ele não apareceu para comentar nada. Achei estranho. Tem sido assim nos últimos dias, parece ter experimentado a sua última morte.